Trabalhar na mesa de casa, com horários flexíveis, é ainda um sonho para muitos profissionais. Só de não ter que enfrentar o trânsito até o escritório, já é um ganho de pelo menos duas horas que podem ser convertidas em mais produtividade. A boa notícia é que devido ao avanço das tecnologias e à possibilidade de reduzir custos, muitas empresas têm apostado em equipes remotas. A projeção é que até 2020, 90% das organizações ofereçam a modalidade de trabalho à distância, de acordo com dados divulgados em 2018 pela empresa de recursos humanos Randstad, em pesquisa online realizada com diversas empresas em 33 países.
Apesar dos benefícios que esse tipo de atuação oferece, como a maior produtividade, a redução de custos e a possibilidade de contar com profissionais de ponta, os desafios ainda são muitos. A cultura organizacional está muito ligada à presença física e ao controle do ambiente de trabalho. Principalmente no Brasil, onde a ideia de casa remete a uma falta de subordinação, inerente ao modus operandi das empresas mais tradicionais.
A questão é que o mundo evoluiu, os negócios se agigantaram e as barreiras físicas não podem mais ser muros para o avanço territorial das empresas. Por isso, a contratação de equipes remotas é um processo inevitável.
Recentemente, a nossa equipe teve a oportunidade de entrevistar Rodrigo Tassinari, CTO da Nuuvem, que trabalha com uma equipe remota composta por pessoas de diversos Estados do país.
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A empresa Nuuvem é uma distribuidora brasileira de jogos digitais para os sistemas operacionais Windows, macOS e Linux. Através dela, é possível adquirir lançamentos, títulos clássicos e até mesmo coletâneas de jogos. Atualmente a loja conta com um catálogo de mais de 4.000 jogos de empresas como Warner Brothers, Ubisoft, Take 2, Konami e Rockstar, que podem ser ativados no Steam, Uplay, GOG.com, Battle.net ou Origin. Com relação ao trabalho remoto realizado na empresa, a opinião de Tassinari é que o controle deve ser feito com base em resultados de trabalho, estando mais relacionado à entrega do que com horas efetivas trabalhadas.
“É muito importante a empresa abraçar o trabalho remoto e abraçar o cara que está na casa dele. Mas se ele parou uma hora porque foi almoçar, ou porque foi resolver um problema, você não precisa ficar vigiando se ele está ali ou não. Isso funciona muito mais num lugar onde você trabalha orientado a resultados do que contabilizando há quantas horas a pessoa está sentada na cadeira”.
Claro que os desafios são outros e diferentes dos que se enfrenta em um ambiente fechado de trabalho. Mas as tecnologias podem e devem ser usadas ao seu favor. O primeiro passo é estabelecer uma comunicação clara e objetiva com os colaboradores. O segundo passo é definir uma ferramenta para contato com eles.
Para reuniões é necessário uma ferramenta, para o diálogo direto com o coordenador imediato, outra, para conversas como registro de trabalho, mais uma. Ou seja, para cada situação deve ser definida uma plataforma específica. Além, é claro, de uma estrutura transparente, onde todos possam acompanhar as fases e o andamento do trabalho.
Tassinati acredita ainda que alguns processos de comunicação podem facilitar o engajamento deles com a empresa:
“Por exemplo: comunicações, tudo vai ter que passar a ser escrito, e-mail. É muito importante ter uma base de conhecimento da empresa como um todo e as pessoas se comunicarem dessa maneira, tudo ser escrito, ou todo mundo participar via vídeo, ou ter uma ata da reunião”, confirma.
Com o intuito de melhorar a interação e aumentar a produtividade, utilizar uma metodologia de trabalho é fundamental, pois torna as funções e os objetivos mais claros. Para isso, cada empresa utiliza um formato.
Na empresa Nuuvem, eles trabalham com uma espécie de pontuação para definir as metas mais urgentes.
“A gente tem um backlog bastante grande de coisas de todo tipo, tanto dos sistemas atuais quanto de funcionalidades novas ou até de plataformas novas como um todo, e esse backlog, a cada semana ou, às vezes, a cada duas semanas, é repriorizado. É interessante essa maneira porque a regra de priorização é transparente para empresa como um todo, então isso gera menos atritos entre as áreas”, conta.
Também são utilizados métodos como Scrum e Kanban. Cada um com sua funcionalidade ajuda a deixar visível os planos de ação, a partir das prioridades estabelecidas, facilitando a interação com a cultura organizacional da empresa. Eles permitem o acompanhamento das tarefas, divididas em colunas com as demandas a fazer, as que estão em curso e as realizadas, de maneira que, no mural, fica estampado todo o movimento do trabalho.
“Trabalhamos com uma mistura de Kanban com Scrum, basicamente um Kanban onde a gente faz as interações semanais. Então hoje, segunda-feira, a gente fez de manhã nosso planejamento da semana, estimamos tudo que vamos entregar na sexta-feira. Aí na sexta entregamos, fazemos a revisão e a retrospectiva”, conclui.
E então, o que você achou da ideia de implementar trabalho remoto na sua empresa? Deseja seguir esse caminho ou saber mais sobre o assunto? Se inscreva em nossa newsletter para continuar recebendo conteúdos como este!