De que forma se dá o planejamento orçamentário em projetos de inovação? Entenda com Diana Guimarães, Gerente de Inovação Social na Natura.
Explorar novas ideias com sucesso é a meta das empresas centradas em fazer uma gestão da inovação que gere valor para os clientes e resultados significativos para os negócios. Este jeito novo de agir, geralmente traz economia de recursos como material, tempo e dinheiro, além de proporcionarem a simplificação da forma, funcionalidade e tamanho da operação para alcançar determinado resultado.
A implementação de inovação nas empresas pode ocorrer com a introdução de um novo produto, de um processo, com a descoberta de uma nova fonte de matéria-prima, com o estabelecimento de novas formas de organização da empresa ou com a abertura de novos mercados.
Apesar da necessidade, projetos de inovação costumam ser classificados como projetos de alto risco, pois dúvidas e incertezas são constantemente percebidas pelos envolvidos logo após a concepção de uma ideia. Neste momento, as questões são muitas, tais como: viabilidade técnica, financeira, comercial e de produção, desenvolvimento em escala, necessidade que irá atender, rede de serviços e parceiros qualificados.
Por isso, o processo de inovação exige algumas mudanças gradativas que, passo a passo, vão emoldurando uma espécie de “pacote” no qual são trabalhados objetivos, requisitos, planos, marcos, cronograma, critérios de aceite, equipe, partes interessadas, patrocinadores, orçamento, dentre outros. Todo este caminhar é denominado de projeto de inovação, ou seja, a fórmula de como transformar uma ideia em inovação.
Planejar significa decidir antecipadamente, é optar por uma alternativa de ação em detrimento de outras disponíveis, é estabelecer com ações a serem tomadas, estimar recursos a serem empregados e atribuir respectivas responsabilidades.
Em um cenário onde o mercado é cada vez mais dinâmico e competitivo, as empresas devem ficar atentas aos acontecimentos que afetarão seus negócios. Diante disso, é relevante a necessidade da realização do planejamento e controle por parte dos gestores empresariais, e o uso do orçamento pode ser de fundamental importância, visto que ele é considerado um importante instrumento no processo de gestão empresarial.
Em um dos nossos mais recentes episódios do CorpUp Talks tivemos a oportunidade de entrevistar Diana Guimarães, Gerente de Inovação Social na Natura e líder de projetos com foco na melhoria do desenvolvimento humano das Consultoras Natura e da rede da Natura no Brasil. Nessa entrevista, ela nos contou um pouco sobre o movimento de inovação social na companhia, e explicou como funcionou o processo de planejamento de orçamento.
Confira esta entrevista na íntegra.
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“A gente aprovou um orçamento anual e dentro desse orçamento a gente tem autonomia de tocar os testes de inovação. Mas para cada teste colocamos um teto. Mas é um teto nosso que nós estabelecemos. Que é o que a gente acredita que devemos seguir. O orçamento não só deu como também conseguimos colocar muita coisa de pé. Esse mindset de você testar pequeno, de você aprender e aquilo ali estar dentro de um controle orçamentário porque você não gastou muito dinheiro, então você não fica naquela pendência de ter que fazer o negócio dar certo a qualquer custo mesmo sacrificando alguma coisa. Isso é muito libertador. A gente conseguiu fazer muito teste, rodar tudo que a gente queria. Tudo que a gente quis, a gente conseguiu fazer, não faltou dinheiro.”
Um dos objetivos do orçamento é orientar os gestores na tomada de decisão, no planejamento de objetivos de curto e longo prazo e por isso os gestores devem estar abertos a novos conceitos e práticas para a sobrevivência da organização, levando-se em consideração o conjunto de partes interessadas – parceiros, fornecedores, clientes, instituições de pesquisa, agências de fomento, incubadoras e concorrentes.
Todos estes públicos fazem parte da rede de valor da organização e o gerente de projeto precisa ter habilidades suficientes para manter os recursos com foco na solução proposta do projeto, gerenciar expectativas distintas e integrar a equipe e públicos de interesse.
“Foi fundamental ter o apoio das vice-presidências, da diretoria. Todos estavam acreditando que esse era o modelo ideal mesmo e eles acreditaram na gente com essa proposta que a partir desse lugar, a gente conseguiria ser mais ativado e fazer de fato inovação social, saindo de um patamar de número de projetos com expectativas de impacto e aumentá-las”, contou Diana.
E completou:
“Muitas das coisas que a gente testa vão ser escaladas por áreas da diretoria, isso torna nosso processo mais fluido, a gente tem muita autonomia, nossa diretora super confia no nosso trabalho, fica muito fácil de tocar o dia a dia. Como o time tem muita autonomia, todos os nossos estagiários, analistas, coordenador, gerente júnior, todo mundo tem liberdade de tocar seu processo como dono, do começo ao fim, eu não valido nada, a coisa flui.”
Dentro desta realidade, o orçamento também é visto como um plano financeiro para a implementação da estratégia da empresa, um modelo de programação de atividades e possui a função de controle ao apurar os resultados alcançados.
Avaliações constantes do projeto são importantes de modo a evitar possíveis entraves no retorno sobre os investimentos, evitando que gastos de recursos ocorram sem a devida garantia de retorno. Tais avaliações permitem prever adversidades e facilita ações corretivas se for detectado algum indício de que o projeto não está contribuindo para as necessidades da organização, como originalmente planejado.
“É importante ter alguém do time da pessoa, da área que vai escalar dentro do time que está testando. A pessoa da área que estava participando do nosso teste viu o quanto o negócio estava dando certo, que estava acompanhando os resultados e que sabia que isso ia ser maravilhoso, depois de levar para todas as consultoras do Brasil já garantiu que no nosso orçamento do ano que vem essa iniciativa estivesse contemplada para ter a escala que a gente espera, então basicamente a gente tem nesse orçamento, a garantia de que a gente vai ter bastante teste”, explicou Diana.
Pode-se perceber que o Orçamento Empresarial é a materialização da direção dos esforços de todas as áreas da empresa em conjunto, através do plano de ação, em um período de curto prazo. Vê-se que é uma ferramenta relevante nas etapas de planejamento e controle nas organizações. A partir dele, é observada e controlada a eficiência dos setores da empresa, de acordo com as metas atingíveis traçadas antecipadamente.
Com a realização de novas pesquisas, é possível observar as tendências acerca da evolução do orçamento, e pode-se verificar algumas variedades do orçamento, ou são elaborados novos tipos de orçamento, que podem vir a ser inovadoras ferramentas de gestão.
E então, você gostou desse artigo? Gostaria de fazer um planejamento orçamentário para a inovação da sua empresa, mas não sabe por onde começar? Entre em contato com um de nossos consultores para mais informações e continue nos seguindo para mais conteúdos como esse!